Ecoturismo no interior de MT é tendência e opção mais barata para lazer
A instabilidade do câmbio de moedas internacionais, como a alta do dólar, vivida nos últimos dois anos, foi um fator importante para aumentar a procura de roteiros de viagens pelo Brasil. Assim, ganham espaços os destinos que apresentam lugares deslumbrantes a preços mais acessíveis. Nesse campo, Mato Grosso ainda tem muito a ser explorado.
A avaliação é do proprietário da agência de turismo Aventura MT, especializada em ecoturismo, Felipe Campos. Aos 24 anos, e somando diversas trilhas e paisagens de tirar o fôlego em sua bagagem, Felipe acredita que Mato Grosso tem inúmeros atrativos pouco explorados pela própria população mato-grossense.
Em partes, a dificuldade para deslanchar o campo do turismo para áreas mais distantes está na logística, considerando a extensão de Mato Grosso e a má qualidade das estradas, principalmente mais ao norte do estado. Entretanto, o rapaz também observa que, por outro lado, falta interesse do poder público para divulgar os atrativos mato-grossenses.
“Tem tanta gente que sai daqui para ir para outros lugares, como o nordeste. É legal ir para fora, mas tem gente que conhece mais fora do que o nosso estado”, observou.
Segundo Felipe, Mato Grosso preserva diversas paisagens exuberantes que estão a poucos quilômetros da Capital e que são muito mais acessíveis do que outros pontos turísticos. À exemplo, citou que Nobres (125 km de Cuiabá), tem passeios lindos, mas com custo elevado, enquanto outros municípios com a distância semelhante, como Dom Aquino (156 km) e até Rondonópolis (212 km) também guardam grandes belezas naturais e com custo mais acessível.
Em razão da “imensidão do desconhecido”, o rapaz aposta em Mato Grosso como uma tendência para o ecoturismo. Aliás, esse potencial também já foi reconhecido pelo Ministério do Turismo no ano passado, quando o então ministro Vinícius Lummertz esteve em Cuiabá e citou o turismo como uma “vocação natural” do estado.
À época, o ministério destinou R$ 300 milhões para o Estado projetar ações que irão alavancar o setor, que serão financiados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal.
Destinos exóticos
Na bagagem dos passeios, Felipe revela destinos deslumbrantes. O município de Nova Lacerda, por exemplo, próximo à fronteira com a Bolívia, conserva um segredo especial: a Cascata do Uirapuru. “Um lugar fantástico que, infelizmente, ficou fechado quase 2018 inteiro”.
“Em diversos lugares é possível gastar, no máximo R$ 200, fora o custo do transporte. Por exemplo, o Carimã, em Rondonópolis, levei um grupo e saiu quase R$ 200. A não ser lugares que envolvem contratação de guias, hospedagens mais caras, como Vila Bela da Santíssima Trindade”, exemplificou.
Outro ponto bastante especial citado pelo aventureiro foi o Salto Utiariti, localizado dentro de uma aldeia indígena de mesmo nome. O local tem águas cristalinas, vindas do Rio Sacre, e uma trilha considerada fácil. Ali, ele também teve contato com os indígenas e garante que foi uma de suas melhores experiências em Mato Grosso.