Grupo de siriri faz “vaquinha online” para participar do maior festival de dança do mundo
O grupo de siriri ‘Flor de Atalaia’ estabeleceu como uma de suas metas para 2019 a participação no Festival de Dança de Joinville, em julho. Trata-se, segundo o Livro Guinness dos Recordes, do maior evento de dança do mundo em número de participantes, com cerca de 4,5 mil bailarinos. No entanto, para viabilizar este objetivo, o grupo cuiabano necessita de apoio para arcar com os custos da viagem e do evento. Pensando nisso, os membros criaram uma “vaquinha virtual” para receber doações e, quem sabe assim, conseguir realizar mais este sonho. Qualquer pessoa pode doar o valor que quiser.
“A gente sempre esbarra dentro dessa dificuldade, que é a questão do dinheiro”, explica a idealizadora e presidente do Flor de Atalaia, Cristina Zuita, 43, que estima ser preciso arrecadar em torno de R$ 30 mil, inclusive este é o objetivo da vaquinha que segue até dia 21 de fevereiro. No entanto, apesar das dificuldades, a bailarina ressalta o poder de mobilização do grupo quando se trata de alcançar os objetivos traçados. “A gente sempre consegue, às duras penas, mas dá um jeito”.
Ela diz isso com propriedade, pois conseguiram participar de outros festivais graças à venda de sabão artesanal, feito com óleo de cozinha usado e que seria jogado fora. “E é bem melhor que sabão comprado. Todo mundo gostou”, brinca. E também já comercializaram canecas e pasteis em outras ocasiões, sem contar as já tradicionais rifas. E assim, à base de muito suor e luta, já se apresentaram em festivais no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e até na Argentina.
ALTERNATIVAS E CUSTOS
E desta vez não será diferente. Além da vaquinha online, já está programado um bazar para o dia 16 de fevereiro no quintal onde o grupo realiza os ensaios. No local também serão vendidos bolos caseiros e pasteis feitos na hora. A confecção das rifas também já está em andamento. Todo o dinheiro arrecadado nestas ações será destinado integralmente ao sonho de ir para Joinville. Além disso, Cristina lembra que possíveis patrocínios de empresas públicas ou privadas também seriam muito bem-vindos.
Afinal de contas, de acordo com sua estimativa, serão necessários aproximadamente R$ 1,7 mil para cada integrante montar o figurino, comprar passagens de ônibus de ida e volta e se manter (hospedagem e alimentação) durante as duas semanas do festival. Ao todo, o Flor de Atalaia é composto por 45 membros, mas no máximo 25 devem ir ao festival.
E embora os membros do grupo sejam voluntários e, em sua grande maioria, pessoas de baixa renda, ainda assim não é a descartada a possibilidade de tirarem um pouco do próprio do bolso. “O que a gente tenta é diminuir minimamente o custo que cada um vai ter que arcar para participar”, esclarece Cristina.
E é por isso que não medem esforços na tentativa de cumprir este objetivo, afinal de contas trata-se de um sonho. E todas as alternativas são bem-vindas. Vaquinha virtual, bazar, rifa, venda de quitutes… Enfim, todo esse empenho e mais uma viagem de 30 horas de ônibus (e depois a volta), para que possam se apresentar em Joinville. Um admirável exemplo de esforço e determinação em nome da arte, mais especificamente da dança. “É a dança que meu corpo vai estar fazendo naquele palco, expressando a cultura do meu povo, do meu estado”, pontua Cristina.
E ela ainda ressalta como a participação nestes eventos reforça o espírito de pertencimento nos integrantes do grupo, e além, é claro, de promover a capacitação dos dançarinos. “A participação no festival vai melhorar a qualificação dos participantes. Além da experiência enquanto grupo, e enquanto individuo, que dança e entra em contato com outros grupos e pessoas que também dançam. É uma grande troca”, conclui.
FESTIVAL DE DANÇA DE JOINVILLE
O festival ocorre todos os anos no mês de julho. Foi criado em 1983 pelo professor de balé Carlos Tafur e pela artista plástica Albertina Tuma. Cada edição do festival dura em torno de duas semanas, geralmente nas duas últimas semanas de julho. Junto com o festival, vários outros eventos acontecem, como a Mostra de Dança Contemporânea, o Festival Meia Ponta, a Feira da Sapatilha, o Encontro das Ruas, Rua da Dança, Palcos Abertos e Passarela da Dança.
SERVIÇO
Para fazer doações para vaquinha, basta acessar este link.
E caso queira fazer doações pessoalmente ou colaborar com o bazar, é só entrar em contato com Cristina Zuita pelo telefone (65) 99614-9469